Música
Bienal MoAC Biss
Bienal MoAC Biss
1 de Maio de 2025
Sede da Bienal, CCFGB
Karyna Gomes
31 de Maio de 2025
A Bienal não só valoriza o patrimônio musical da Guiné-Bissau, mas também incentiva jovens talentos com workshops inclusivos em centros culturais e bairros populares.
A “Mandjuandadi” e seus géneros musicais precisa ser apropriada e explicada na medida que possuem padrões rítmicos harmónicos e melódicos vistos em géneros musicais mestiços mundialmente conhecidos. No entanto, pouco se explora e se sabe sobre isso. É nessa base que a proposta curatorial da área musical procura explorar esse potencial através duma organização consistente no sentido de colmatar as lacunas existentes e integrar essa manifestação artística e não só, nas agendas culturais regionais e globais. Por outro lado, procuramos apresentar uma agenda com forte presença de músicos de renome internacional tanto no panorama pop como na cena tradicional ou denominada “música do mundo”. Deste modo, a Bienal será palco de intercâmbios profícuos para (re)projeção do património musical que possuímos, mas também processos de enquadramento de jovens artistas através de workshops para vários públicos e com palcos tanto nos centros culturais como nos bairros populares de Bissau.
Karyna Gomes
A proposta da Bienal explora a “Mandjuandadi”, destacando seu potencial nas agendas culturais globais e promovendo diálogos entre músicos internacionais e artistas emergentes.
Bissau, 1976, é cantora, jornalista e co-fundadora do Movimento pela Paz MIGUILAN ou Minjderis di Guiné No Lanta (Mulheres da Guiné-Bissau levantemo-nos). Em 2021, assumiu a coordenação do primeiro projeto de jornalismo em crioulo (cabo-verdiano e guineense) desenvolvido por um órgão de comunicação social português (o jornal online Mensagem de Lisboa). Até agora, tem dois álbuns no mercado: N’Na (2021) e Mindjer (2014), com os quais percorreu imensos países para as suas apresentações. A cabaça de tina é um dos instrumentos centrais da música de Karyna Gomes, um instrumento tradicional assente na cultura feminina do século XVII das primeiras cidades da Guiné-Bissau. Recebeu o prémio de Intérprete Feminina de Destaque na 1ª Gala da Guineendade (2014) e foi também distinguida pelo African Entertainment Awards USA como Melhor Artista Feminina (2019).
ALANA SINKËY (Guiné-Bissau), é cantora e compositora. Seu pai, Bidinte, um respeitado músico da Guiné-Bissau, foi a sua inspiração para construir uma carreira na música. Aos 16 anos, Alana mudou-se para Madrid, onde ingressou no circuito musical da capital espanhola como autodidata. Seu amor pela música a levou a explorar diferentes géneros e estilos. Entre as suas influências estão Caetano Veloso, Luis Alberto Spinetta e Björk. Alana integrou projetos como Cosmo-soul e Patax, fundindo jazz, flamenco, funk e neo-soul. Após 13 anos de carreira em grupo, Alana Sinkëy inicia agora uma etapa apaixonada de paciência. Venceu o prémio de Melhor Vocalista do Ano nos ‘Prémios Enlace Funk’ 2019 e também o de Melhor Banda de Música Negra com o Cosmosoul nos ‘Pop Eye Awards’ 2019.
BIA FERREIRA (Brasil), é uma cantora, compositora e multi-instrumentista brasileira conhecida por misturar ritmos afrodiaspóricos como soul, R&B e rap com música brasileira, abordando temas como necropolítica, antirracismo e direitos LGBTQIAP+. Seu single “Cota Não É Esmola” (2018) é o vídeo do Sofar Sounds mais assistido na América Latina, o quarto no mundo e parte das leituras do vestibular da Universidade de Brasília. Em 2019, lançou seu álbum de estreia Igreja Lesbiteriana, Um Chamado. Em 2022, seu álbum Faminta e seu showcase no WOMEX foram destaques, este último eleito o melhor da edição. Entre 2023 e 2024, ela fez 92 shows em 16 países, incluindo apresentações com ingressos esgotados no The Kennedy 105 Center e no Lincoln Center, destacando-se em festivais como Shambala (Reino Unido), North Sea Jazz (Holanda), Bratislava Jazz Days (Eslováquia), PALEO (Suíça), globalFEST (EUA), SXSW (EUA) e Rototom Sunsplash(Espanha).
SELMA UAMUSSE (Moçambique), é uma cantora e compositora moçambicana radicada em Portugal desde 1988. Sua música mistura ritmos tradicionais africanos com rock, eletrônica e gospel. Atuou em bandas como WrayGunn e Cacique’97 e lançou os álbuns solo Mati (2018) e Liwoningo (2020), cantando em línguas moçambicanas como changana e chope. Também é conhecida pelo seu ativismo cultural e engajamento social, utilizando a arte como instrumento de transformação.
FURKUNTUNDA (Guiné-Bissau), é uma banda musical fundada em 2001, por iniciativa de três artistas que, na altura, pretendiam participar numa campanha de sensibilização e prevenção da SIDA, organizada pela ONG AGMS-PANTÉ. Mais tarde, integraram-se à banda vários outros instrumentistas, vocalistas e bailarinos que, desde então, se dedicam a difundir a música e dança tradicional. Gravou a sua primeira maquete em 2005, composta por quatro temas, entre os quais o famoso PANTÉ, que foi, na altura, um sucesso nacional. Já com 8 elementos e no auge da sua carreira, em janeiro de 2007, gravou o seu primeiro álbum discográfico, intitulado DJUNTA MON, com 12 faixas musicais. O Broska, Gumbé, Djambadon, Tina, Ntchintché e Nhaká são os estilos tradicionais mais predominantes neste disco.Após uma longa paragem, o grupo voltou aos estúdios de gravação em 2020 e prepara o lançamento do seu segundo trabalho, contando com várias colaborações de artistas e músicos internacionais.
GUMBÉ NA LALA (Guiné-Bissau), é uma banda urbana guineense de covers que se tem popularizado na cidade de Bissau, fundada pelo músico Lala Di Bandé. Dedicada aos ritmos quentes do Gumbé e de outros géneros musicais guineenses, a banda é composta por jovens talentosos da nova cena musical orgânica guineense.
JOSÉ DA SILVA (Djô da Silva) (Cabo-Verde), é um dos grandes nomes da música cabo-verdiana. Graças à sua intuição, conhecimento do mercado e
experiência profissional invejável, José da Silva – ou Djô da Silva como é conhecido no meio – já lançou dezenas de carreiras artísticas. Cesária évora foi, talvez, a mais emblemática e quem mais o marcou na sua já longa carreira de produtor musical, cheia de sucessos e conquistas. Djô dá-nos uma retrospectiva singular da sua vida pessoal e profissional, bem como dos projetos que tem em curso para continuar a divulgar, promover e dignificar a música e os artistas cabo-verdianos.
VINÍCIUS TERRA (Brasil) é rapper, compositor, professor de Português/Literatura e ativista cultural. Considerado uma figura singular e pioneira no Brasil por promover intensamente a construção e o fortalecimento dos laços entre os países que falam português. Com mais de duas décadas dedicadas à cultura hip-hop, sua discografia é embasada nos conceitos de Rap Lusófono e Nova Lusofonia, destaque para o álbum Elxs Ñ Sabem A Minha Língua (Prêmio RespirArte, Funarte 2020, performance ao vivo da música “Vidas
Em Português”). É curador da Terra do Rap – Festival de Cultura Urbana da Língua Portuguesa – festival pioneiro no intercâmbio entre periferias urbanas lusófonas e na criação de metodologia de ensino a partir do rap, em atividade há 10 anos consecutivos, com edições nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Lisboa. Acompanhado de um coletivo de músicos periféricos, recentemente lançou “Meu Bairro, Minha Língua”: um movimento de reflexão, celebração e estudo da Língua Portuguesa por intermédio da música, a partir dos seus
usos em diferentes territorialidades, do protagonismo narrativo das populações de territórios periféricos (bairros) dos países integrantes a CPLP (Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa).
__ Para artistas de Guiné-Bissau
A FUNDAÇÃO BIENAL MoAC Biss “Mostra de Arte e Cultura da Guiné-Bissau” para as Artes Plásticas, Performativas e Cénicas, Literatura, Dança, Música, Políticas Públicas Culturais, é uma pessoa coletiva privada, dotada de personalidade jurídica, sem fins lucrativos.
Segunda a Sexta: 09h às 23h
Sábado: 10h às 00h