Artes Plásticas e Visuais
Bienal MoAC Biss
Bienal MoAC Biss
01 de Maio de 2025
Sede da MoAC Biss
Nú Barreto
31 de Maio de 2025
A Bienal de Bissau reunirá 15 a 20 artistas africanos e internacionais, sob o tema “Mandjuandade, Identidade em Liberdade”, com exposições IN e OFF, focando na valorização da arte guineense e sua preservação. A programação da Bienal de Bissau valorizará a arte plástica guineense, com exposições de artistas renomados e eventos paralelos, promovendo a preservação cultural e instigando a criatividade da juventude.
A proposta de programação desta curadoria será o resultado duma seleção de quinze a vinte artistas africanos e não africanos, com base na temática central da Bienal “Mandjuandade, Identidade em Liberdade”. A Bienal será uma mostra com dois polos (IN e OFF), facilitando e abrangendo um largo leque do público aos eventos à volta da prática plástica. Propõe-se no quadro do IN, uma sala dedicada a pintura guineense, convidando especificamente artistas nacionais com grandes distinções, considerando que a prática plástica guineense tem ficado sobretudo na paisagem nacional, razão da legítima atenção, constitui a necessidade o papel da Bienal a sua preservação e valorização. No quadro relativo às mostras do OFF – eventos paralelos exibidos fora da programação do IN -, a seleção das candidaturas deverão ser escrupulosamente avaliadas, permitindo equilibrar a mostra, oferecendo o desejado, dentro dum contexto desafiante. Paralelamente às exposições irão decorrer conferências, debates e oficinas de práticas artisticas, tentando tecer laços e abrir instintos criativos à nova geração.
Nú Barreto
Artista plástico (São Domingos, 1966), é fotógrafo e artista plástico. Formado em fotografia pela 4AEP e pela École Nationale des Métiers d’Images des Gobelins, Paris, França. Apresenta desde sempre um trabalho de uma particularidade distinta, percorrendo distintos meios como a fotografia, o desenho, o vídeo, a ilustração, a escultura, a pintura e a colagem, convidando a uma leitura sem rodeios à sua abordagem artística. Uma abordagem rigorosa e suave, com uma sensibilidade expressiva e muito empenhada. Integra a prestigiosa galeria, convidado pela galerista Nathalie Obadia em 2018. Hoje, está presente na coleção do Smithsonian National Museum of African American History & Culture (Washington DC, EUA), Museu Mucane (Vitória, Brasil), e em numerosas coleções privadas como o Reino de Marrocos, Fundação PLMJ (Lisboa, Portugal), UEMOA Ouagadougou (Burkina Faso), Bélgica, Irã, Inglaterra, Grécia, EUA, Fundação AFRICANA (Genebra, Suíça), Fundação AAD (Paris, França), Fundação H (Madagáscar), Société Générale (Abidjan), Banco CDEAO (África Ocidental), e no CNAP (coleção pública francesa).
Descobriu a arte multidisciplinar em Cuba, o que deixou uma forte impressão nele. Na sua arte, usa acrílico para pintar uma infinidade de obras. Na década de 1990, Konaté trocou a pintura tradicional pela tapeçaria. Suas tapeçarias são exibidas em galerias de todo o mundo. Trabalhou como designer gráfico no Museu Nacional em Bamako. Em 1998, foi nomeado diretor do Palácio da Cultura de Bamako. Atualmente, trabalha como diretor do Conservatório de Artes e Métiers Multimédia Balla Fasseké Kouyaté, em Bamako, Mali. Recebeu vários prémios, incluindo o Chevalier de l’Ordre National du Mali (2002) e o Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres de France
É um artista plástico guineense que vive na Itália. Aos seis anos de idade modelava o barro, construindo brinquedos para si e para os seus irmãozinhos. Entre os objetos que criava, dava preferência à figura humana. Aperfeiçoou a técnica enquanto frequentava a escola primária. Frequentou a Academia de Belas Artes de Ravenna, no curso de Pintura, sob a orientação do professor Umberto Folli, na Itália. Entre o trabalho na fábrica, os compromissos familiares e sociais, continua a encontrar tempo para cultivar a sua paixão: a pintura. Realizou muitas exposições individuais e coletivas, mas o seu maior interesse está nos concursos de pintura realizados em todo o território italiano, com resultados muito encorajadores.
É artista plástica, vive e trabalha em Lisboa, expressa a sua criatividade por meio da diversidade de materiais que utiliza. Tela, madeira, metal, tinta acrílica e tecido são elementos que compõem e dão forma à sua arte. Durante as suas caminhadas pelos mercados de Luanda, começou a distorcer o uso primário de sacos de ráfia e outros artefatos para um trabalho de memória. De objetos abandonados a objetos revividos. Ana Silva não consegue dissociar o seu trabalho da experiência vivida em Angola, numa época marcada pela escassez de materiais, consequência direta da guerra de independência e da guerra civil. Foi nesse contexto que a sua criatividade floresceu, impulsionada pela exploração do ambiente imediato.
É um artista visual radicado na Cidade da Praia, Cabo Verde. Trabalha em projetos de cinema, fotografia, videoarte e web. Co-escreveu o documentário Omi Nobu, galardoado com o Étalon D’Or no FESPACO em 2023, e escreveu e realizou a curta-metragem Raízes, que ganhou o Prémio do Público no Festival Internacional de Cinema de Cabo Verde em 2010. Schofield Cardoso foi curador dos projetos multimédia The Intense Now (2021) e Vocal Streets (2022), e coeditou o livro Atlântica: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea-Bissau, São Tomé and Príncipe, and their Diasporas (Hangar Books, 2020). O seu trabalho atual centra-se em questões contemporâneas em Cabo Verde, um pequeno país africano que é altamente vulnerável a fatores ambientais, sociais, políticos e económicos. Explora as ferramentas digitais e o espaço web como canal, linguagem e metáfora para questões sociais e políticas. Co-criou Storia na Lugar, um projeto que utiliza uma abordagem de storytelling para examinar a dinâmica socioespacial, abordando as relações e práticas socioespaciais que reivindicam o direito à cidade.
Artista autodidata nascido em Luanda, onde vive e trabalha. Com formação em cinema e cinematografia, é conhecido pelos seus desenhos gestuais que captam a energia e o caos da vida urbana. Através de linhas rápidas e intuitivas, representa o quotidiano com um olhar desapegado e atento. Participou em exposições em Angola, Brasil e Estados Unidos, com obras integradas em coleções como a da Fundação Sindika Dokolo, AMREF Health Africa (Nova Iorque), ENI Angola e na coleção particular de Paolo Gentiloni.
Desenvolve em sua arte uma prática na continuidade do neoexpressionismo figurativo e do pós-modernismo. Os gotejamentos, os traçados energéticos, os arranhões e o apagamento são colocados em benefício da construção de sua obra. Jean-Marc Hunt gosta de se aventurar em projetos de instalação e escultura monumental. Desde 2005, também se destacou em cenografia e curadoria de exposições. Em janeiro de 2015, foi promovido ao posto de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres pelo Ministério da Cultura e Comunicação da República Francesa. Em 2019, participou da 58ª Bienal de Veneza com a exposição coletiva Structures Personnelles Identités no Palazzo Mora, com curadoria de Marcy Gaymu.
Joana Vasconcelos é uma artista plástica portuguesa com uma carreira de cerca de 30 anos, que abarca uma enorme variedade de técnicas. Reconhecida pelas suas esculturas monumentais e instalações imersivas, descontextualiza objetos do quotidiano e atualiza o conceito de artes e ofícios para o século XXI, estabelecendo um diálogo entre a esfera privada e o espaço público, entre a herança popular e a alta cultura. Com humor e ironia, questiona o estatuto da mulher, a sociedade de consumo e a identidade coletiva.
é uma artista visual, cineasta e investigadora luso-angolana cuja prática interdisciplinar, fundamentada na investigação, analisa criticamente as intersecções entre política, género, memória, espaço e história. Seu trabalho transita entre desenho, instalação, fotografia, cinema e som, situando-se na fronteira entre o documentário e a ficção. Investiga estratégias de resistência, geografias de afeto, narrativas e ecologias do cuidado. Fundadora do Hangar (2014), centro de arte e investigação em Lisboa, criou um espaço que acolhe artistas, curadores e investigadores — principalmente do Sul Global — para co-criar e tecer redes sociais e criativas com impacto comunitário. Em 2024, representou o Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza como artista e co-curadora do projeto Greenhouse.
Ricci Shryock é fotógrafa e repórter radicada em Dakar, Senegal, com atuação centrada na África Ocidental e Central desde 2008, especialmente na Guiné-Bissau, Senegal e Gâmbia. Natural de Illinois, formou-se em jornalismo pela Universidade do Missouri e iniciou a carreira na Flórida, em jornais locais e revistas mensais. Movida pela música vibrante da África Ocidental, mudou-se para a região, onde passou a documentar suas ricas culturas, dinâmicas sociais e o cotidiano das populações locais. Seu trabalho fotográfico e jornalístico, publicado em veículos como New York Times, New Yorker, The Guardian e NPR, explora as complexas relações entre pessoas e o ambiente natural — das florestas sagradas às duras travessias pelo deserto do Saara em busca de novos caminhos.
Radicado em Bissau, Guiné-Bissau, o fotógrafo, criador visual e estrategista de comunicação dedica-se, desde 2007, a registrar com sensibilidade e propósito a humanidade, a cultura e as virtudes invisíveis do cotidiano. Com um olhar atento às narrativas autênticas africanas, colabora com organizações internacionais como a AFP e a FairPicture, além de liderar iniciativas sociais, culturais e comerciais que visam transformar percepções. Sua missão é clara: colocar a Guiné-Bissau no mapa global por meio de imagens e ideias que inspirem mudança.
Gomes é uma artista contemporânea brasileira, radicada em São Paulo, que frequentemente utiliza objetos encontrados e tecidos em suas obras. Ela torce, estica e agrupa esses materiais para criar formas escultóricas emaranhadas ou nodosas, combinando tecidos de segunda mão com itens cotidianos como madeira flutuante, arame e móveis. Suas composições resultam de uma prática espontânea e casual de desconstrução e remontagem de objetos comuns. Obras como Lágrima (2014), feita com uma toalha de mesa azul, e Correnteza (2018), criada com madeira flutuante e formas de tecido costuradas na madeira, são exemplos dessa abordagem. Gomes participou de várias bienais nacionais e internacionais e recebeu distinções, incluindo os Prêmios PIPA em 2012 e 2016.
Ele vive e trabalha entre Bissau, Lisboa e Melbourne. Passou a infância entre a Guiné e o Senegal, mudando-se para Portugal em 2013 para continuar seus estudos. Estudou Design no IADE - Faculdade de Design, Tecnologias e Comunicação, entre 2015 e 2018. Começou sua trajetória profissional enquanto ainda estava na faculdade, trabalhando como freelancer em pequenos projetos para estúdios de design em Lisboa. Em 2021, mudou-se para Berlim, onde viveu e trabalhou até 2023, antes de se mudar para Melbourne, na Austrália, no segundo semestre de 2023, onde atualmente reside e estuda. No mesmo ano, fundou seu estúdio sediado em Lisboa, focado em mobiliário, iluminação e objetos. Em junho de 2024, apresentou sua primeira coleção comercial, DJUNTU, como designer independente na feira de design 3Days of Design em Copenhague. Em setembro do mesmo ano, participou da exposição Made in Portugal Naturally durante a Paris Design Week.
Vhils desenvolveu uma linguagem visual singular, caracterizada pela remoção das camadas superficiais de paredes e outros suportes, utilizando ferramentas e técnicas não convencionais. Sua interação com o espaço urbano começou com a prática do graffiti no início da década de 2000. Agindo como um arqueólogo urbano contemporâneo, ele descasca as camadas da nossa cultura material, refletindo sobre o impacto da urbanidade, do desenvolvimento e da uniformização global sobre as paisagens e a identidade das pessoas. Além de sua técnica inovadora de escultura em baixo-relevo, Vhils é um ávido experimentalista, explorando uma multiplicidade de suportes em sua estética pessoal, incluindo pintura com stencil, gravura em metal, explosões pirotécnicas, vídeo e instalações esculturais.